domingo, 13 de março de 2011

Relatório de Filme - Ray


Título: Ray
Diretor: Taylor Hackford
Elenco: Jamie Foxx (Ray Charles), Kerry Washington (Della Bea Robinson), Regina King (Margie Hendricks), Clifton Powell (Jeff Brown), Harry J. Lennix (Joe Adams), Bokeem Woodbine (Fathead Newman), Aunjanue Ellis (Mary Ann Fisher), Sharon Warren (Aretha Robinson), C.J. Sanders (Ray Robinson - jovem), Curtis Armstrong (Ahmet Ertegun), Richard Schiff (Jerry Wexler), Larenz Tate (Quincy Jones), Terrence Howard (Gossie McKee), David Krumholtz (Milt Shaw), Wendell Pierce (Wilbur Brassfield), Chris Thomas King (Lowell Fulsom), Thomas Jefferson Byrd (Jimmy), Rick Gomez (Tom Dowd), Denise Dowde (Marlene), Warwick Davis (Oberon), Patrick Bauchau (Dr. Hacker), Robert Wisdom (Jack Lauderdale), Kurt Fuller (Sam Clark), Eric O'Neal Jr. (Ray Charles Jr. - 5 a 6 anos), Tequan Richmond (Ray Charles Jr. - 9 a 10 anos).
Local: EUA/Ano: 2004
Sinopse: Em 1932 Ray Charles (Jamie Foxx) nasce em Albany, uma pequena e pobre cidade do estado da Georgia. Ray fica cego aos 7 anos, logo após testemunhar a morte acidental de seu irmão mais novo. Inspirado por uma dedicada mãe independente, que insiste que ele deve fazer seu próprio caminho no mundo, Ray encontrou seu dom em um teclado de piano. Fazendo um circuito através do sudeste, ele ganha reputação. Sua fama explode mundialmente quando, pioneiramente, incorpora o gospel, country e jazz, gerando um estilo inimitável. Ao revolucionar o modo como as pessoas apreciam música, ele simultaneamente luta conta a segregação racial em casas noturnas que o lançaram como artista. Mas sua vida não está marcada só por conquistas, pois sua vida pessoal e profissional é afetada ao se tornar um viciado em heroína.

Autonomia

Ray Robinson fica cego aos 7 anos e a partir daí tem que se adaptar a uma nova realidade. Sua mãe Aretha Robinson não quer que ele necessite da ajuda dos outros e por isso o faz prometer que jamais deixará alguém tratá-lo como um deficiente, que ele sempre vai “andar com as próprias pernas”. Assim ela vai ensinando-o como se locomover dentro de casa e o ajuda duas vezes, mas na terceira o deixa por si só, pois “no mundo as coisas são assim”.
Aretha Robinson o ensina a contar os degraus e em uma cena quando ele cai, ela finge não estar presente e não o ajuda a se levantar. A partir desse momento ele começa a se ater aos sons do ambiente: o trote do cavalo do lado de fora de casa, o bule de água fervente, o crepitar do fogo no fogão a lenha e até o chirria e o saltar de um grilo e por fim a respiração de sua mãe que se encontra em sua direção.
Sua mãe queria que ele tivesse autonomia, aprendesse a ler e escrever para nunca ser enganado por alguém “gente que mente também rouba”, por isso ela o envia para uma escola especial para cegos.
Já adulto Ray Charles vai para Seattle, onde inicia sua carreira artística e por ser enganado por seus empresários, passa a exigir que seu pagamento seja feito em notas de um dólar. Depois de alcançar o sucesso, começa o seu declínio, pois para se livrar das lembranças da ocasião da morte de seu irmão George que morreu afogado antes dele ficar cego, o cantor passa de usuário ocasional que utiliza uma ou várias drogas quando disponíveis, sem causar rupturas nas relações afetivas, sociais ou profissionais para um dependente que vive pela e para a droga, descontroladamente, com rupturas em seus vínculos sociais com marginalização e isolamento. Começa a fazer uso de heroína, tendo crises de abstinência durante os shows e com medo de não poder mais cantar porque seria preso, Ray se interna em uma clínica de dependentes químicos e consegue voltar ao convívio social.
Em 07 de março de 1979, representantes do estado da Georgia proclamam “Georgia On My Mind” de Ray Charles, a canção oficial do estado e pede desculpas públicas por terem proibido que ele tocasse no seu estado de origem desde 1961, por ter se negado a fazer um show nesse estado, se opondo ao regime de segregação racial que tinha na Georgia.
Esse filme aborda um tema importante para minha formação, pois como educadora e cidadã devo ter a sensibilidade de saber como receber uma pessoa com deficiência na sala de aula ou em qualquer outro lugar e para isso é fundamental que se conheça a realidade vivida por essas pessoas. O protagonista do filme nos demonstra como uma pessoa cega executa atividades cotidianas como, por exemplo, escolher a cor de uma roupa por meio dos sinais que ele colocava nas etiquetas das roupas, contar as quadras e decorar as direções: virar à esquerda ou direita e contar os passos para chegar a determinado local, o ato de ler em braile, o fato de passar por uma porta e perceber que o som muda e se guiar pelos sons do ambiente “Eu escuto como você ouve”. Podemos perceber como conduzir a pessoa cega: ela segura um pouco acima do cotovelo de seu guia vidente, não é o guia vidente que puxa seu braço ou segura na sua mão.
Podemos observar também algumas barreiras atitudinais que o protagonista enfrentou: os preconceitos das pessoas em relação à cor de sua pele e ainda pelo fato de ser cego pensavam que ele era incapaz de fazer qualquer coisa sozinho e ficavam impressionados ao constatar sua autonomia.
E finalmente, como o próprio cantor nos explica no filme, devemos tratar a pessoa com deficiência como uma pessoa comum, não sentir pena dela e ter certeza de que ela é capaz de tudo que se propor a fazer, pois é exatamente isso que ela é.
“Somos diferentes, mas não queremos ser transformados em desiguais. As nossas vidas só precisam ser acrescidas de recursos especiais”. (Peça de Teatro: Vozes da Consciência, BH)

2 comentários:

  1. Assisti o filme e gostei muito. Lembro-me da mãe de Ray dizendo "não deixem que sintam pena de você".
    parabéns pelo belíssimo texto!

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  2. Eu adoooooooooooooooro esse filme! Muito. Adorei o texto e o blog. Tenho certeza que você ajuda muitas pessoas com seus textos! Estou te seguindo, viu? E muito obrigada, pelos comentários em meu blog! Boa sorte *-*

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