quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Sociologia da Educação



Fazer um Artigo abordando os seguintes temas:
- O papel do trabalho na passagem do ser orgânico ao social;
- O papel do trabalho na formação das forças produtivas;
- A relação entre o trabalho e o modo de produção;
- O desenvolvimento da sociedade capitalista e o aparecimento da escola.

PROCESSOS DE TRANSIÇÃO
Catia Lucia M. de Almeida
Eliane Santana Rodrigues
Alunas do 1° Semestre de Pedagogia

Os seres orgânicos precisam realizar algumas atividades predeterminadas para sobreviver, o homem realiza atividades diferenciadas. Diferentemente dos animais que já nascem geneticamente “programados” para desenvolver atividades para sua subsistência e que agem diretamente sobre a matéria natural. O homem usa ferramentas extracorpóreas para transformar a natureza, exigindo competências, conhecimentos e habilidades, não cumpri predisposições genéticas e não satisfaz apenas atividades instintivas, as necessidades variam de acordo com o meio social, mesmo precisando atender algumas necessidades naturais como por exemplo, comer, beber e se proteger, as maneiras de responder a essas necessidades ajudam no desenvolvimento de outras e nisso caracteriza-se o trabalho.
Foi através do trabalho que o homem adquiriu os conhecimentos necessários para o seu desenvolvimento, pois antes disso, ele era apenas o ser mais frágil. Quando ele passou a trabalhar, ou seja, a transformar a natureza, ele também se transformou na única espécie a realizar uma atividade que não é predisposta por natureza, obtendo novos hábitos e se transformando num ser racional, com liberdade de criação e com capacidade de produzir cultura. O trabalho rompe com as “programações” genéticas transformando o homem em ser social.
Sendo o homem um ser social, ele faz parte de uma sociedade e produz com o seu trabalho, em seu momento histórico forças produtivas que acabam sendo readequadas as necessidades das novas sociedades.
As forças produtivas podem ser materiais e imateriais constituindo-se da linguagem/consciência, das ferramentas de trabalho e das instituições sociais. A primeira por exemplo, pode assimilar as palavras ou signos ao objeto material. Na segunda podemos pegar como exemplo, uma caneta que é uma ferramenta material, mas as palavras escritas são imateriais. Na terceira podemos exemplificar com um prédio escolar que é uma ferramenta material, mas os conhecimentos passados são imateriais.
Após a formação dessas forças produtivas, a sociedade encontra várias maneiras de organizar o trabalho e a essa organização dá-se o nome de modo de produção. Existem quatro diferentes modos de produção:
  • Modo de Produção Tribal – que era usado nas sociedades tribais de maneira coletiva para designar o trabalho a cada indivíduo. 
  • Modo de Produção Antigo – utilização de um regime escravista. 
  • Modo de Produção Feudal – utilizado nas sociedades constituídas por feudos, sociedades servis. 
  • Modo de Produção Capitalista – utilizado nas sociedades onde os indivíduos são assalariados. 
Os modos de produção variam de acordo com o período e contexto histórico de determinada sociedade.
As sociedades feudais eram hierárquicas, baseadas em três estamento o clero, que era a igreja; a nobreza, que eram os reis, príncipes e etc; e os servos, que eram os camponeses
Um estamento dependia do outro, não haviam propriedades privadas , viviam da agricultura e o trabalho era dividido como manual e intelectual.
O clero era responsável pela ciência, por tudo que era ligado ao espírito, a alma, eles que tinham as respostas. Os nobres se encarregavam de administrar e proteger os servos das invasões dos bárbaros. Os servos tinham conhecimento teórico sobre o divino que aprendiam durante os sermões e orações, o conhecimento que tinham de como lidar com a terra e as plantações era passado de pai para filho, eram responsáveis pela agricultura com a ausência de excedente produtivo, eles produziam o suficiente para sua subsistência e a maior parte da produção era destinada aos nobres, como tributo em troca de sua proteção.
Essa sociedade funcionou por muito tempo, dessa forma, mas vários fatores causaram sua falência, começando com a pandemia da peste negra que matou diversas pessoas, fazendo acumular excedentes produtivos, o que acaba resultando no aumento das trocas mercantis, tornando-as frequentes. Algumas pessoas passam a viver dessas trocas, surgindo um novo estamento, que era composto pelos comerciantes, que passam a morar nos burgos (cidades mercantis), os chamados burgueses. Com o tempo eles acumulam lucros e passam a pedir aos nobres que imponham aos servos produção mais elevada.
Os servos começam a ser cada vez mais explorados, dando margem a grandes insatisfações, por parte de todos os estamentos. A igreja fica muito descontente com a comercialização e começa a condenar os nobres e burgueses por usura.
Inicia-se o movimento que ficou conhecido como Iluminismo, os burgueses começam a colocar o homem como centro do universo (teocentrismo) e não mais, Deus, como eram dadas as explicações da igreja. Eles querem mostrar que tudo o que acontece é causado pelo homem, que o homem é o senhor do seu destino, portanto ele tem o poder de tomar decisões que acarretaram no seu destino, tudo é consequência de seus atos. Usavam a racionalidade.
Alguns camponeses e servos passam a trabalhar nos burgos como assalariados, assim inicia-se o capitalismo.
Como dito anteriormente, o conhecimento que os servos tinham de como lidar com a terra e plantações era passado de pai para filho, após os pais começarem a trabalhar nos burgos com jornadas de trabalho elevadas, surge a necessidade da escola. A escola surge para atender as necessidades da sociedade.
A criação das primeiras escolas foram instituídas pelo Iluminismo, que tinha o intuito de divulgar as suas ideias, fazer as pessoas pensarem e agirem racionalmente, sem explicações divinas.
O protestantismo também passou a preocupar-se com a educação popular, das massas populares, ensinava-se as primeiras letras para ajudar apenas no manuseio da bíblia e estabelecia ensinos para leitura. Lutero, reformista protestante da igreja católica, sabia que a difusão da escola, tinha uma estreita relação com a prosperidade econômica, afirmava que a instrução era uma fonte de poder e riqueza para os burgueses. Na verdade seu objetivo não era estender esses benefícios as massas populares, ele dizia que o povo devia ser obrigado a trabalhar e cumprir deveres, recorrendo aos meios espirituais para obrigá-los. Dessa forma as aldeias ao invés de ter professores, recebiam instruções de pregadores, portanto eram excluídos da educação.
O protestantismo tinha o interesse de educar a burguesia abonada, mas sem abandonar as massas populares.
A educação na igreja católica era voltada para os nobres e burgueses endinheirados, sem preocupar-se com a educação popular. Os professores eram preparados, ensinavam a ler, soletrar, faziam apresentações teatrais, o ensino era o melhor da época, de acordo com os interesses da igreja. Os jesuítas usavam a educação para ter domínio sobre o povo, excluíam da educação conhecimentos históricos e científicos.
O que eles queriam era ter pessoas não-pensantes, que agissem dentro dos ensinamentos religiosos, sem liberdade intelectual. 

Referências:
Economia Política - NETTO, José Paulo - São Paulo: Cortez, 2006. 
Educação e Luta de Classes - PONCE, Anibal - Ed. Cortez








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