domingo, 21 de outubro de 2012

Relatório de Filme - O Milagre de Anne Sulivan


Título: O milagre de Anne Sulivan/ The Miracle Worker 
Diretor: Arthur Penn
Ano: 1962
Sinopse: A incansável tarefa de Anne Sullivan (Anne Bancroft), uma professora, ao tentar fazer com que Helen Keller (Patty Duke), uma garota cega, surda e muda, se adapte e entenda (pelo menos em parte) as coisas que a cercam. Para isto entra em confronto com os pais da menina, que sempre sentiram pena da filha e a mimaram, sem nunca terem lhe ensinado algo nem lhe tratado como qualquer criança. 

O mundo se reflete dentro da gente 

O filme aborda a história de uma garota com deficiência. Helen Keller é surdocega pré-linguística e por não ter recebido nenhum tipo de educação, não saber como se comunicar; vive exclusa da sociedade e até mesmo do convívio familiar. 
Helen Keller vive em um mundo sem som, sem escrita e sem luz; isso faz com que ela não tenha conhecimento do mundo que a cerca, pois seus pais a veem como um ser digno de pena, não souberam como proporcionar a filha um ambiente favorável a comunicação, deixando que Hellen fizesse tudo que quisesse e por causa disso ela não sabia nem ao menos; como usar os utensílios para se alimentar. 
Podemos perceber que por Hellen viver em uma sociedade preconceituosa que acreditava que a pessoa com deficiência era um estorvo para família, não lhe davam o devido respeito como ser humano. Esse preconceito destrói a possibilidade de conhecimento e crescimento, pois como a protagonista era vista como alguém incapaz de aprender, não lhe proporcionavam situações de aprendizado. 
Quando o pai de Hellen intenciona enviá-la para uma instituição de doentes intelectuais e sua mãe intervém pedindo-lhe que contrate uma tutora de um instituto em Boston, a vida da garota muda, pois sua tutora Anne Sulivan não a vê como um ser incapacitado e sim como uma garota com potencial para aprender. 
Diante de várias dificuldades e até mesmo contra os próprios pais da garota, Anne Sulivan jamais desisti de fazê-la entender o mundo que a cerca. Para se comunicar com Hellen ela utiliza o tadoma fazendo com que a garota repouse a mão sobre seus lábios e sua garganta para que ela sinta a vibração do som e a língua de sinais que ela faz com que Hellen perceba tocando os objetos e depois a sua mão e sua expressão facial. 
Hellen finalmente entende que o sinal representa algo quando Anne coloca suas mãos na água e depois faz o sinal para que ela toque sua mão. 
Esse filme nos faz perceber o quanto às relações sociais são essenciais, que o homem é um ser social e que é na língua e pela língua que o sujeito se constitui como tal. 
“Quando a gente abre os olhos, abrem-se as janelas do corpo e o mundo aparece refletido dentro da gente”. Rubem Alves 
Se uma pessoa é privada da visão e audição, temos outros meios de fazer o mundo, a cultura, refletir dentro dessa pessoa, o tadoma e a língua de sinais é seguramente uma forma disso acontecer. O milagre de Anne Sulivan revela como a pessoa privada da audição e da visão tem dificuldades em generalizar habilidades aprendidas separadamente, aprendem mais lentamente, necessitam de instruções organizadas e sistematizadas, mas não é por causa disso que devemos pensar que ela não tem potencial para aprender. 
Devemos criar uma relação de confiança com esta pessoa e proporcionar um ambiente interativo, favorecendo o desenvolvimento da comunicação e da autonomia dessa pessoa.

3 comentários:

  1. Catiiia, ameiii!
    Nunca assistir a esse filme, mas pelo que vc descreveu ja vi que vou gostar do filme!!!
    Beijos e obrigada pela indicação ;D

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  2. Muito bom, segue um link que usei para assistir esse filme em preto e branco, realizei meu trabalho da facul. UNIB
    https://vimeo.com/24175264

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