sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

Resumo do Livro Ética e Competência - Prática de Ensino e o Contexto Escolar

ÉTICA, COMPETÊNCIA E O CONTEXTO ESCOLAR

Ética é a reflexão crítica sobre valores na ação humana. Os conceitos de ética e de moral se confundem ou se identificam porque ambos significam costume, jeito de ser.
A moral é o conjunto de normas e regras que regulam as relações dos indivíduos numa comunidade. As regras e normas se sustentam nos valores criados pelos homens em suas próprias relações.
A moralidade nos faz pensar em como devemos agir em diversas situações para alcançar as expectativas da sociedade em que vivemos, pois existe a necessidade de agir corretamente para ser aceito.
A ética busca a raiz dos valores, diferente da moral que é um conjunto de normas e prescrições que distingue o comportamento considerado bom ou mau.
Os valores não são estáticos, estão sempre mudando conforme o tempo passa e difere de uma cultura para outra.
O que somos está sempre ligado ao que devemos ser, os seres sociais impõe uns aos outros um comportamento que seria o “desejável”.
O contexto social caracteriza a educação por isso deve-se estabelecer relações entre educação, cultura e sociedade. A educação é transmissão de cultura (mundo transformado pelos homens).
“O mundo existe para o homem na medida do conhecimento que o homem tem dele e da ação que exerce sobre ele” (RIOS, 1997, p. 31), o mundo está dentro do homem e dele resulta.
O homem faz parte em seus aspectos biológicos e fisiológicos do mundo natural, mas também existe o mundo cultural transformado pelos homens. A necessidade, a garantia de sobrevivência é o que faz os homens produzirem cultura interferindo na natureza por meio da razão e da criatividade para satisfazer suas necessidades que são criadas ou inventadas por si mesmos.
“Todos os homens são cultos, na medida em que participam de algum modo da criação cultural, estabelecem certas normas para sua ação, partilham valores e crenças” (p. 33), não se fala em cultura sem falar em trabalho que é o que faz os homens saberem, serem, sendo até a sua própria essência.
A ideia de trabalho e sociedade não se separam porque é com os outros que o homem trabalha e cria cultura.
A cultura não está incorporada ao patrimônio, deve ser preservada e transmitida porque é o elemento que sustenta a sociedade. A escola é a instituição social cuja função específica é a transmissão de cultura com o objetivo de formar os indivíduos para participar da construção da sociedade.
A escola é transmissora do saber sistematizado acumulado historicamente, mas grande parte da população está excluída do processo educativo formal e a maioria que freqüenta a escola não tem recebido condições para apropriar-se.
Devemos analisar criticamente a relação escola-sociedade para expor os mecanismos da prática educativa, acredita-se que tendo uma boa escola se terá a sociedade desejada expressando uma visão otimista e ingênua da escola. A instituição escolar é vista como impulsionadora da sociedade por ser transmissora de cultura. Uma concepção pessimista chama a atenção para reprodução dos valores no âmbito escolar, mostrando que a escola não se encontra fora da sociedade.
Essas duas concepções são ingênuas por verem apenas uma das funções desempenhadas pela escola. A escola não tem autonomia absoluta diante das mudanças sociais e nem é subordinada reprodutora do que ocorre na sociedade. Ela faz parte da sociedade, ao mesmo tempo em que faz a manutenção transforma a cultura.
“O que significa ser educador na sociedade brasileira de hoje? O que é necessário para desempenhar o papel de educador? O que, em última instância, compete ao educador na construção da sociedade?” (p. 45)
É tarefa da escola a transmissão/ criação sistematizada da cultura, no interior da escola o educador exerce sua profissão e tem suas “obrigações“, mas o que compete ao educador? Competência é o saber fazer bem.
O professor deve ter o domínio do saber escolar a ser transmitido, habilidade de organizar e transmitir saberes para que o aluno interiorize o aprendizado, entender as múltiplas relações entre os vários aspectos da escola e as relações entre a escola e a sociedade.
Não devemos confundir o “saber bem” ou “fazer bem“ com conhecer o bem, “fazer o bem“ porque o bem, o certo ou errado são valores criados socialmente que podem ser discutidos pela sociedade.
“A qualidade da educação tem sido prejudicada por educadores preocupados em “fazer o bem” sem questionar criticamente sua ação”. (p.49)
O que o educador decide fazer com o saber é extremamente relevante para que sua ação seja qualificada de competente. A tarefa do professor não é apenas ensinar o ABC, mas perceber a pessoa de seus alunos e a condição em que vivem, tornando-se um agente de mudança, contribuindo através de um ensinamento comprometido para as transformações necessárias na sociedade. Deve ver a dimensão individual de sua ação para não atribuir ao “sistema”, aos “outros” as razões de seu insucesso buscando superá-lo.
“O educador competente terá de ser exigente” (p. 69) devendo assumir determinadas posturas em certas circunstâncias que serão necessárias. O educador exigente não procurará o fácil mesmo com as dificuldades que se apresentarão, não ficará imobilizado, mas irá pensar no que será possível no espaço da escola para superar os problemas.
Para quê? Para quem? E por que ensinar? São questões que devem estar presentes no dia-a-dia de professores e alunos porque ambos são sujeitos conhecedores, o professor é o mediador do conhecimento sistematizado da cultura e da realidade.
A escola é um ambiente complexo, onde indivíduos com diferentes modos de pensar, agir e se desenvolver convivem. O professor deve perceber as dificuldades de cada aluno mantendo uma ação coletiva, mas uma visão individual para estimulá-los e motivá-los a fazer novas descobertas tornando cada aula uma novidade.
O educador deve ser um CHA (Conhecimento, Habilidade e Atitude) deter o conhecimento (o saber) sempre buscando novas oportunidades e formas de aprender e ensinar porque a educação não é estática, desenvolver habilidades (o saber fazer) e ter atitude (o querer fazer).
Criar relações mais próximas com os alunos para saber quais são as suas necessidades e desejos para que se possa formar cidadãos conscientes e atuantes, construindo pontes para o aprendizado mútuo.
Podemos compreender através da leitura do texto o papel do professor como formador de opinião e mediador de conhecimento. Desse modo o educador que reflete sobre sua ação pedagógica de maneira ética deve saber analisar o contexto escolar em que está inserido e proporcionar melhores métodos de aplicar os conteúdos discutidos nas aulas, estabelecendo uma melhor aprendizagem nesse processo, não esquecendo que o aluno também possui conhecimentos e leitura de mundo facilitando sua própria aprendizagem. O professor que detém o conhecimento, possui habilidades para praticar sua profissão, e tem atitudes que ajudam a desenvolver o processo de ensino e aprendizagem pode ser considerado um professor competente para educar para cidadania.

Referências 
RIOS, Terezinha Azerêdo. Ética e Competência. 6ª ed. São Paulo: Cortez, 1997.


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LDB - Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
O Papel do Professor - Relação Professor/Aluno - Portfólio
Lei de Diretrizes e Bases da Educação
O Educador Frente a Situações de Conflito
PCN - Parâmetros Curriculares Nacionais
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Projeto Político Pedagógico
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"Não há saber mais ou saber menos: há saberes diferentes". (Paulo Freire)